domingo, 21 de novembro de 2010

Eu vejo a vida passar nos vagões do metrô as seis da tarde. Ela passa nos olhos de cada pessoa que silenciosa e duramente espera chegar em seu destino. São olhos de dor, olhos vazios, olhos cansados, olhos que choram e olhos que fecham tentando dormir. A vida passa nas mãos que as equilibram em pé no metrô. São mãos maltratadas pelo trabalho manual, mãos com o esmalte já descascando, mãos que carregam um anel dourado, mãos que se fecham com raiva e mãos que carregam livros para tentar fazer a própria vida passar mais rápido. Passam pessoas de todas as idades, cores e classes sociais. E cada par de olhos e de mãos, e cada rosto e cada modo de andar parecem carregar um pouco da história de cada uma dessas pessoas.

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